Originalmente desenvolvida para tratar a disfunção erétil, a tadalafila tem ganhado popularidade além das farmácias e se transformado numa espécie de fenômeno cultural. Citada em músicas, amplamente comentada nas redes sociais e até promovida por influenciadores como um suposto impulsionador do desempenho físico, a substância vem sendo adotada por frequentadores de academias como um tipo de “pré-treino alternativo”.
Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as vendas da “tadala” — como é conhecido popularmente — no Brasil registraram um aumento expressivo nos últimos anos. Em 2020, foram comercializadas 21,4 milhões de caixas do medicamento. O número saltou para 47,2 milhões em 2023. Já no primeiro semestre de 2024, já haviam sido contabilizadas 31,1 milhões de caixas vendidas, o que mostra uma tendência de crescimento contínuo.
O urologista Rafael Pauletti, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Rio Grande do Norte (SBU-RN), revela que cada vez mais os médicos têm sido procurados para prescrever o medicamento para pacientes que estão em busca de um melhor desempenho físico. Diante disso, o médico alerta sobre a falta de evidências científicas a respeito do uso do medicamento com essa finalidade, bem como sobre os possíveis riscos envolvidos nessa prática. “Eu desencorajo fortemente o uso da tadalafila com essa finalidade. Não há comprovação científica de benefícios no desempenho esportivo para indivíduos saudáveis”, alerta o profissional.