O presidente Jair Bolsonaro voltou nesta quarta-feira 26 a insinuar que poderá não aceitar o resultado da eleição no próximo domingo, desta vez se referindo a um suposto esquema de fraude na transmissão de sua propaganda eleitoral em rádios do país.
Durante comício em Teófilo Otoni, em Minas Gerais, o presidente disse ainda que o esquema teria “o dedo” do PT e que o partido, juntamente com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), tem “muito o que explicar nesse caso”.
“Mais uma do TSE. Vocês estão acompanhando. As inserções do nosso partido que não foram passadas em dezenas de milhares de rádios pelo Brasil. Sou vítima, mais uma vez. Onde poderiam chegar as nossas propostas, nada chegou”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, a não-transmissão foi confirmada pela sua equipe de campanha. “E não será demitindo um servidor do TSE que o TSE vai botar uma pedra nessa situação. Aí tem dedo do PT. Não tem coisa errada no Brasil que não tenha dedo do PT”, disse.
“O que foi feito, comprovado por nós, pela nossa equipe técnica, é interferência, é manipulação de resultados. Eleições têm que ser respeitadas, mas, lamentavelmente, PT e TSE têm muito o que explicar nesse caso”, declarou.
No início desta semana, o presidente afirmou que as inserções não haviam sido divulgadas em rádios do país. O presidente do TSE, Alexandre Moraes, pediu, então, que fossem apresentadas provas. Nesta terça, a campanha entregou ao TSE o que chamou de relatório parcial sobre a suposta fraude.
Já nesta quarta-feira 26 um assessor do TSE foi exonerado após o gabinete de Moraes interpretar que ele estava tomando atitudes com falta de isenção e com aparência de atuação política em sua função, além de atrapalhar os trabalhos na corte.
Alexandre Gomes Machado trabalhava na Secretaria Judiciária, da Secretaria-Geral da Presidência. Ele procurou a Polícia Federal para prestar depoimento dando sua versão sobre a demissão.
Segundo integrantes do tribunal, o gabinete de Moraes já tinha interesse em demiti-lo por questões ligadas ao desempenho no trabalho e por causa da relação com colegas.
Ainda assim, Machado vinha sendo mantido no cargo, pois o presidente do TSE planejava realizar uma troca mais ampla na equipe apenas após as eleições.
Bolsonaro desembarcou em Teófilo Otoni na manhã desta quarta 26, cinco dias depois de seu rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fazer campanha na cidade.
Na última sexta 21, Lula fez comício em Teófilo Otoni ao lado da senadora Simone Tebet (MDB-MS), da deputada federal eleita Marina Silva (Rede), e do vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (PSDB), que rompeu com o governador Romeu Zema (Novo).
No ato, Lula pediu empenho de aliados contra a abstenção no segundo turno da eleição, Tebet lembrou a declaração “pintou um clima” dada por Bolsonaro, sobre as meninas venezuelanas do entorno de Brasília, e Marina disse que com o atual governo há confusão até nas igrejas.
Fonte: AgoraRN